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A Budesonida é um ingrediente ativo utilizado no tratamento da asma e da doença pulmonar obstrutiva crónica. Adicioalmente, é utilizado na forma de spray nasal para o tratamento de rinite, alergias, sinusite ou também para a febre do feno. Budesonida também é prescrita no tratamento de doenças inflamatórias crónicas, como a doença de Crohn (inflamação do revestimento do sistema digestivo) e colite ulcerativa (inflamação do intestino grosso). Devido ao seu alto efeito de primeira passagem, também é usado como uma alternativa à prednisolona na terapia de hepatite auto-imune.
Trata-se de uma substância da classe dos glucocorticoides sintéticos ou corticosteroides que inibem os processos inflamatórios e alergénicos, e está presente em medicamentos como o Symbicort e o Pulmicort.
O ingrediente ativo budesonida pertence à classe de corticosteróides, que são utilizados principalmente para a terapia de asma. Está atualmente listado como um medicamento essencial e básico para a saúde pela Organização Mundial de Saúde.
O desenvolvimento de budesonida remonta ao cortisol glucocorticóide. O nome químico do fármaco é 16a, 17 - [(RS) -Butan-1,1-diildiioxi] -11β, 21-di-hidroxipregna-1,4-dieno-3,20-diona; O nome latino é budesonidum.
O uso de cortisol foi documentado pela primeira vez em 1855 pelo cientista Thomas Addison, descrevendo o tratamento bem sucedido de uma deficiência hormonal com um extrato do córtex adrenal. Não foi até 1936 que os pesquisadores Kendall e Reichstein descobriram que o ingrediente ativo do extrato foi cortisol. No entanto, foi apenas durante a produção sintética de cortisol que os pesquisadores conseguiram otimizar as propriedades dos glicocorticóides, como a budesonida produzida laboratorialmente, através de mudanças estruturais.
Budesonida é um pó cristalino branco e glucocorticóide sintético (ou glucocorticóides) com propriedades melhoradas e optimizadas especificamente para o tratamento local de várias doenças. A manipulação dos glucocorticóides produzidos sinteticamente trazem uma melhoria no seu efeito sistémico sobre todo o organismo.
Como? A inserção de um chamado local de fratura ou quebra química alvo visa reduzir o efeito do fármaco após deixar o local de tratamento, resultando numa fraca biodisponibilidade sistémica. Quanto menor esta disponibilidade, mais reduzido é o efeito de uma droga sobre o organismo. As consequências são uma melhor tolerância por efeitos secundários mais leves ou inexistentes.
Mas não só esta característica contribui para a baixa biodisponibilidade e efeitos sistémicos, mas também o rápido efeito ou metabolismo de primeira passagem altamente pronunciado no fígado (degradação rápida dos fármacos pelo fígado assim que passam pelo mesmo pela primeira vez). Ao ser processada pelo fígado, a budesonida é dividida em cerca de 90% em elementos individuais ineficazes. Ou seja, apenas 10% da dose de inalação, permanece activa na circulação sanguínea por um período máximo de duas horas.
Tal como outros glucocorticóides, a Budesonida atua ao nível intracelular ligando-se aos receptores de glucocorticóides presentes naturalmente nas células e servindo-se dos mesmos para entrar no núcleo das células onde o processo inflamatório foi previamente despoletado. O seu mecanismo de atuação nuclear consiste na libertação de proteínas, como a pré-albumina macro, que vão inibir os mediadores inflamatórios – substâncias responsáveis pela reação de inflamação.
Apesar desta inibição demorar algum tempo, o seu efeito é especialmente eficaz, devido à já mencionada quebra química alvo. Pode ser aplicada via oral em cápsulas, spray nasal ou por inalação em condições variadas desde asma a rinite alérgica.
Para que serve a budesonida? Devido à grande variedade de aplicações, existe alguma confusão e esta pergunta acaba sendo colocada por inúmeras pessoas.
A budesonida glucocorticóide é usado em vários processos inflamatórios e alérgicos do tracto respiratório ou digestivo, sob a forma de uma terapia única ou combinada. As aplicações mais comuns são os seguintes:
As preparações de Budesonida são especialmente benéficas pois permitem um eficaz desaparecimento de sintomas como inchaço e inflamação. Normalmente, o efeito dura até 12 horas, permitindo aos pacientes prevenir futuros ataques de asma, por exemplo. É um tratamento de longo prazo, de uso diário que pode ser, portanto, usada como inalador preventivo e nunca como um tratamento para um ataque agudo de asma.
A forma sob a qual a terapia é feita ou a dosagem, dependerá do tipo e da gravidade da doença.
No caso de o paciente sofrer de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) a toma de budesonida é mais eficaz que a aplicação de outro tipo de corticoides ou broncodilatadores, tanto em pacientes ambulatórios como hospitalizados.
Um estudo de 2007 (Gunen et al), dividiu mais de 150 pessoas em 3 guppos: um grupo apenas recebeu tratamento com um comum broncodilatador, outro grupo recebeu tratamento combinado de budesonida e outro glicocorticóide (prednisolona ) e o terceiro grupo recebeu tratamento combinado de budesonida e um broncodilatador. Os pacientes do segundo e terceiro grupo demonstraram claros melhores indicadores, como a saturação sanguínea de oxigénio e menor dificuldade em respirar durante o dia.
Como conclusão determina-se que o uso de budesonida é uma alternativa mais eficaz e segura comparativamente com o uso de outras drogas sistémicas no tratamento de pacientes com DPOC
Segundo um estudo de 2015, o tratamento de crianças asmáticas com monoterapia budesonida trouxe excelentes efeitos sobre a qualidade de vida e desempenho das mesmas. As crianças tinham entre 5 a 15 anos e pelo menos três meses antes do início do estudo, não foram tratados com drogas.
Se a administração de corticosteróides inalados não é possível, o Montelucaste é considerado como uma monoterapia recomendada para asma moderada na infância.
A budesonida foi testada para estas condições e demonstrou ter bons efeitos tanto na Doença de Chron como para a Colite Ulcerosa.
A doença de Chron é uma debilitação crónica inflamatórica do trato digestivo que afeta qualquer ponto desde a boca ao anûs. O tratamento mais comum é o uso de estetóides orais. Infelizmente, os mesmos causam efeitos colaterais significativos como diabetes, ganho de peso (obesidade), alterações de humor, hipertensão, etc. Até que surgem outras alternativas, como a budesonida.
Em 2015, vários investigadores fizeram então uma análise de mais de 14 estudos com um total 1805 participantes. Os estudos variavam entre a comparação do uso da budesonida e esteróides convencionais; comparação do uso da budesonida e um placebo; comparação do uso de budesonida e o ácido 5-aminosalicílico.
Os resultados demonstram que a budesonida é mais eficaz do que o placebo na indução da remissão da doença de Crohn. Embora a eficácia a curto prazo com budesonida seja menor do que com esteróides convencionais, em particular naqueles com estádios mais graves da doença ou com mais amplo envolvimento do cólon, o risco de eventos adversos e supressão adrenal com budesonida é menor.
A Colite Ulcerosa é uma doença crónica que afeta a camada interna (mucosa) que reveste o intestino grosso ou Cólon.
Atualmente não existe cura definitiva para esta doença, mas existem vários tratamentos que permitem uma melhoria dos sintomas da doença e consequentemente melhhoria da qualidade de vida dos pacientes. Existem várias escalas e classificações da Colite Ulcerosa, e como tal é possível medir essas melhorias.
Foi isso que um estudo de 2010 (D'Haens, et al), visou comprovar. Um total de 36 pacientes foram divididos em 2 grupos e tratados respetivamente com comprimidos de Budesonida 9mg ou com um placebo.
Após 4 semanas de tratamento o grupo que fez a toma diária de Budesonida 9mg demostrou rápidas e significativas melhorias comparativamente ao grupo do placebo. Permitiu melhor qualidade de vida e sem efeitos secundários graves como os frequentemente causados por outros esteróides mais tóxicos.
A budesonida é administrado sob a forma de cápsulas resistentes ao suco gástrico ou grânulos correspondentes, no tratamentos das doenças acima mencionadas. No caso de processos inflamatórios no cólon, a substância activa está disponível na forma de espuma ou suspensão rectal. Independentemente da doença, a duração do tratamento é de uma a duas vezes por dia.
A Budesonida apresenta-se principalmente sob a forma farmacêutica de nebulização para ser inalada cuja posologia depende do diagnóstico. Chamada também de Bedesonida nasal, a sua fórmula em aerossol/nebulizador permite uma rápida resposta ao processo inflamatório na medida em que atua diretamente nas finas vias respiratórias primeiro, aliviando em pouco tempo os sintomas.
De modo geral, a substância activa budesonida é administrada sob a forma de gotas, sob a forma de pulverização (spray nasal) ou em forma de cápsula ou supositório. Os medicamentos frequentemente utilizados para o tratamento da asma são, por exemplo, symbicort ou pulmicort, que podem contribuir para o alívio dos sintomas de asma como inaladores preventivos.
Pode ser comercializada com diversos nomes sendo os mais comuns:
Faz-se uma distinção entre as monopreparações de medicamentos com budesonida (contêm apenas um ingrediente farmacologicamente activo) tais como Busonid ou Pulmicort e produtos de combinação (contendo várias substâncias activas) como Symbicort ou Vannair.
O modo de utilização da budesonida varia com a doença e o paciente mas as duas principais formas são:
A "bombinha" é agitada vigorosamente antes do uso. Em seguida, é suportado com o polegar em baixo enquanto o dedo apontador está na parte superior do gatilho.
Primeiro expire, deitando todo o ar fora. Certifique-se que o inalador está colado aos lábios para que nenhum ingrediente ativo seja perdido. Quando o aerossol é liberado, o paciente deve inalar o mais profundamente possível. Desta forma, as substâncias activas também entram nas ramificações mais finas das vias aéreas.
Como todos os medicamentos, a Budesonida tem alguns efeitos secundários que não ocorrem sempre nem em todos os pacientes.
A tabela infra descreve os efeitos secundários pela sua frequência de incidência.
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A inalação de budesonida também faz com que a substância activa seja absorvida pelas mucosas na boca e na garganta. Isso pode aumentar a tendência de obtenção de infecções fúngicas. O risco deste efeito secundário pode ser reduzido se o doente comer ou beber algo de antemão. Se isto não for possível, deve lavar a boca com água após a inalação.
Em caso de persistência ou agravamento dos efeitos e/ou efeitos não listados o paciente deve consultar um médico.
A Budesonida na presença de outros tratamentos para a asma como o Salbutamol amplia o efeito destes últimos, pelo que a sua concomitância é contraindicada. Neste caso é mais indicado reforçar a dose de Budesonida.
É aconselhada precaução na toma concomitante de Budesonida com a pilula contraceptiva pelo facto de a pílula ser constituída na sua fórmula convencional por etinilestradiol que é um estrogénio que é decomposto pela mesma enzima que decompõe o fármaco para a asma. Deste modo, alterações de concentração de budesonida no sangue podem ocorrer. O médico deve ser informado destas circunstâncias.
Medicamentos antiepiléticos como a carbamazepina e também antibióticos como a rimfapicina contribuem para a diminuição da eficácia da Budesonida pelo que a dose desta última deve ser ajustada por um médico.
A concomitância com medicamentos para a alergia, como, por exemplo, cetirizina deve ser monitorizada.
A toma de budesonida está contraindicada nos seguintes casos:
A budesonida é passada através da placenta para o feto, motivo pela qual a sua toma por parte de mulheres grávidas deve ser atentamente seguida por um médico. Efeito semelhante acontece nas mulheres que estão a amamentar, pois a budesonida pode ser excretada no leite materno
Uma dose mal ajustada no tratamento da asma pode ser trazer um risco durante a gravidez, mas deve haver sempre uma avaliação do risco-benefício em relação à drog, reforçando portanto a ideia que é extremamente importante o aconselhamento de um médico.
Budesonida pode ser um possível tratamento de asma durante a gravidez devido às suas propriedades, nomeadamente ao seu efeito sistêmico não-existente e menores efeitos colaterais. Estudos demostram, que em mais de 6.000 gestações documentadas, não houve qualquer referência a um efeito nocivo da budesonida sobre o feto. Atualmente, a budesonida ou a inalação de glucocorticóides é, portanto, um tratamento preferencial para a asma durante a gravidez.
Apesar da falta de estudos clínicos, com a budesonida é eliminada pelo metabolismo hepático, deve existir especial cuidado na toma de budesonida por pacientes com insuficiência hepática grave. Se o paciente tiver alguma alteraçõe leve ou moderada a nível renal, aí a probalididade de alterações clinicamente significantes na exposição à droga acredita-se ser diminuta.
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