A clamídia pode ser transmitida para os olhos?

Conjuntivite de inclusão ou tracoma são denominações médicas para uma infeção nos olhos provocada pela bactéria da clamídia. Outros tipos de conjuntivite podem ser provocados por outras bactérias, vírus ou alergias.

A bactéria que provoca clamídia no olho chama-se Chlamydia trachomatis. É uma estirpe específica do vírus que provoca sintomas na visão. Os cientistas chamam a isto Chlamydia trachomatis com sorotipos D a K.

A infeção é comum em países com fracas condições de higiene, onde a bactéria se pode propagar mais facilmente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou, em 2022, que 125 milhões de pessoas Fonte confiável World Health Organization (WHO) Fonte Governamental Informações Internacionais de Saúde Pública Ir para a fonte habitavam em áreas de alto risco para contrair a condição.

Os olhos também podem ser afetados por outras DSTs?

A gonorreia e o herpes são outras DSTs que podem provocar sintomas de conjuntivite. Tal como a clamídia, estas são condições muito comuns que podem passar despercebidas.

Na maioria dos casos, a clamídia transmite-se através do contacto sexual com uma pessoa com a infeção genital. Os sintomas podem ocorrer nos olhos quando a bactéria que se encontra nos genitais entra num dos olhos.

Isso ocorre, normalmente, quando alguém toca nos olhos depois de ter contacto com a bactéria, normalmente através de sémen ou outros fluidos sexuais.

A infeção também pode ser propagada pela partilha de artigos que tiveram contacto com a bactéria, como:

• toalhetes
• toalhas
• cosméticos

Raramente, a conjuntivite de inclusão pode ser adquirida na água de piscina contaminada, que não foi clorada adequadamente.

As crianças também podem ser infetadas com conjuntivite de inclusão. Isto pode suceder durante o nascimento, se a mãe tiver clamídia.

Os sintomas comuns de conjuntivite de inclusão, são:

• lacrimejamento ou prurido (pus no olho)
• comichão, vermelhidão, inchaço ou irritação dos olhos
• fotofobia (sensibilidade à luz)

Os sintomas normalmente ocorrem por vários dias ou semanas depois do contacto com a infeção. Num recém-nascido, os sintomas desenvolvem-se num espaço de tempo compreendido entre 1 a 4 semanas, depois do nascimento.

Estes sintomas são facilmente confundidos com outros tipos de infeção nos olhos. Se tiver clamídia, também pode ter outros sintomas. Os sintomas diferem ligeiramente em homens e mulheres.

As mulheres têm sintomas como

• dores ao urinar
• dores pélvicas
• corrimento vaginal incomum
• dores durante as relações sexuais
• perda de sangue depois do sexo

Os sintomas nos homens são:

• dor ao urinar
• dores nos testículos
• ardor ou irritação na uretra
• corrimento branco, aguado ou nublado

Apesar disto, a clamídia nem sempre provoca sintomas. Por isso, pode ser fácil confundi-la com uma infeção ocular normal, se os sintomas não se manifestarem.

A melhor forma de prevenir a transmissão de clamídia para os olhos é praticando sexo seguro.

Deve usar contraceção de barreira, tal como preservativos masculinos ou femininos, para prevenir a contração de clamídia. Isto é particularmente importante para pessoas sexualmente ativas que mudam de parceiros regularmente.

Para impedir a propagação da bactéria para os olhos, é importante lavar as mãos imediatamente depois de ter relações sexuais e evitar tocar no rosto.

Também é boa ideia realizar testes regulares às DSTs e pedir aos seus parceiros que façam o mesmo.

Ao contrário do que sucede com outros tipos de conjuntivite, os sintomas de clamídia não desaparecem sem tratamento. Isso também significa que o contágio para outras pessoas é provável. Por isso, os sinais não devem ser ignorados e devem ser tratados o mais rápido possível.

Se não forem tratados, podem resultar em complicações, danificando o olho, à medida que as pestanas arranham a córnea, e, ao longo do tempo, provocar cegueira.

Se tiver tido relações sexuais sem proteção recentemente e tiver sintomas, deve realizar um teste de rastreio de DSTs o mais rápido possível. Se o resultado for positivo, um profissional de saúde pode receitar medicação adequada para o seu caso.

A conjuntivite de inclusão pode ser tratada com um curso de antibióticos orais.

O tratamento de primeira linha é realizado com Doxiciclina. O tratamento de segunda linha é realizado com Azitromicina que apenas deve ser receitado se não puder tomar Doxiciclina.

Mantenha os olhos limpos. Use água fervida e arrefecida e um disco de algodão para limpar as pestanas.

Não use lentes de contacto ou outros produtos nos olhos até eles melhorarem.