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O que torna tão difícil parar de fumar são os efeitos da síndrome de abstinência da nicotina. A abstinência apresenta efeitos físicos e psicológicos bastante sérios, em decorrência do fato de a nicotina ser uma substância que influencia diversas áreas cerebrais, fazendo com que a pessoa tenha necessidade dela ou, mais precisamente, do cigarro.
Usuários de tabaco consideram que fumar ajuda a relaxar em qualquer situação de estresse, levando ao cérebro uma satisfação temporária que nada mais é do que suprir o organismo da nicotina.
O cigarro, no entanto, é responsável por diversas doenças que atacam aos poucos, minando a saúde do fumante e prejudicando sua vida de forma bastante severa.
Somente em Portugal, 25% da população é fumadora. Estima-se que 1 em cada 4 mortes entre adultos de 45 e 59 anos seja causada pelo tabaco.
O tabagismo é considerado uma dependência física e psicológica da nicotina, presente no tabaco, planta que é usada para fabricar cigarros, charutos e cigarrilhas. O consumo de produtos do tabaco é responsável por mais de 50 doenças graves, havendo entre elas pelo menos 12 tipos de câncer.
Segundo o CID-10 (Classificação Internacional de Doenças), o tabagismo é considerado uma desordem mental e de comportamento, decorrente da síndrome de abstinência de nicotina. É considerado dependente quem fuma de maneira regular e que não consegue ficar muito tempo sem fazer uso do tabaco.
No mundo todo, de acordo com estimativas da OMS – Organização Mundial da Saúde, existem 1 bilhão de pessoas fumantes. Somente no Brasil, considerando pessoas acima de 15 anos de idade, são perto de 25 milhões de fumantes.
Com esses números, o tabagismo pode ser considerado como a principal causa de morte evitável, uma vez que chega a matar aproximadamente 6 milhões de pessoas todos os anos. No Brasil, o número de mortes em consequência de tabagismo chega a 200 mil todos os anos, ou a 23 pessoas por hora.
Os dados sobre o tabagismo impressionam. Vejamos:
O levantamento da OMS também apresentou dados que alertam sobre o tabagismo:
Alerta da OMS sobre o tabagismo |
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O tabagismo, no entanto, é uma doença que tem cura, havendo diversos tipos de tratamento bastante eficazes contra a dependência de nicotina. Contudo, é necessária ajuda médica, uma vez que, entre as pessoas que buscam parar de fumar sem qualquer tratamento, apenas 5% delas conseguem deixar o cigarro definitivamente.
Para a maior parte dos fumantes, a decisão não é nada simples, embora seja a decisão o primeiro passo para deixar a nicotina. Uma pessoa que pretenda parar por conta própria, pode fazer uso de diversos métodos, como parar imediatamente, ou ir deixando aos poucos.
O primeiro método pode ser praticado a partir do estabelecimento de uma data a partir da qual o fumante não irá mais tocar em cigarros. No segundo, é possível ir reduzindo gradualmente o número de cigarros por dia, chegando ao momento em que sentirá força de vontade suficiente para não usar mais o tabaco.
No entanto, existem fumantes que apresentam maior grau de dependência, necessitando de ajuda especializada para deixar o vício. No Brasil, quem oferece essa ajuda é o SUS – Sistema Único de Saúde, que avalia o nível de dependência e as terapias mais adequadas para cada paciente.
Uma das principais terapias é a abordagem comportamental e cognitiva, em que o dependente aprende a viver novamente sem a nicotina, fazendo com que evite os gatilhos que o levam a acender um cigarro.
Trata-se de um processo lento, mas eficaz. No caso de um grau de dependência muito alto, o tratamento pode ser feito com medicamentos que reduzem os sintomas da abstinência.
Quando comparada a outras drogas que causam dependência, a nicotina se mostra mais grave do que muitas substâncias ilícitas, como, por exemplo, a maconha ou o LSD. A nicotina provoca efeitos físicos e psíquicos que a tornam muito agradável para o fumante e, quanto ele sente sua falta, seu organismo começa a apresentar diversos sintomas:
Os sintomas fisiológicos do tabagismo são subjetivos, de certa forma, sendo bastante comum que outras pessoas os percebam antes mesmo que o próprio fumante, como, por exemplo:
Veja abaixo os efeitos fisiológicos gerados pela abstinência do cigarro:
Além dos sintomas fisiológicos, a nicotina apresenta também efeitos psicológicos quando não está presente no organismo. Quando um fumante fica por mais tempo sem acender um cigarro, esses sintomas se apresentam como:
Conheça mais sobre os efeitos psicológicos quando se para de fumar:
Através do apoio médico para parar de fumar, a terapia cognitivo-comportamental é uma das formas de tratamento com acompanhamento de psicólogos. Normalmente, essa terapia é um tratamento complementar ao tratamento com medicamentos contra a dependência de nicotina.
Os medicamentos ajudam a evitar a nicotina, enquanto a terapia serve para que o paciente aprenda a tratar as dificuldades de deixar definitivamente o tabaco, ajudando a resolver questões emocionais que possam ser maximizadas com a falta de nicotina.
A terapia cognitivo-comportamental também ajuda a superar um dos maiores obstáculos para quem pretende deixar o vício do cigarro, principalmente com relação aos hábitos que o levam a fumar em determinados locais ou horários.
O fumante estabelece uma relação habitual com o cigarro, como, por exemplo, tomar uma xícara de café e acender um cigarro, ou mesmo fumar um cigarro logo após as refeições, ou ainda ter como iniciativa acender um cigarro sempre que se sente estressado. Esses laços criados entre o fumante e o cigarro podem ser desfeitos através da terapia.
A USP – Universidade de São Paulo, recentemente realizou um estudo sobre a terapia cognitivo-comportamental, chegando à conclusão de que, entre os fumantes que participaram do método, mais de 93% deixaram o cigarro definitivamente após 6 semanas de tratamento.
No entanto, é importante também perceber que se trata apenas de um dos métodos para parar de fumar. O fumante pode ser conduzido a outros tipos de terapia, conforme o seu grau de dependência, como, entre outros, os grupos de apoio.
Os grupos de apoio são um excelente sistema para quem está procurando parar de fumar. Conversar com outras pessoas, entendendo as relações do ser humano com o cigarro e percebendo os prejuízos provocados pelo tabagismo são uma forma de conscientizar para adquirir a força de vontade necessária para deixar de fumar.
Os grupos de apoio podem ser encontrados em diversas cidades, através do Serviço Único de Saúde, participando do Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Além do encaminhamento aos grupos de apoio, os profissionais médicos também promovem consultas para orientar o dependente sobre outros possíveis tratamentos.
O maior problema para o fumante abandonar o cigarro é lidar com os sintomas da crise de abstinência da nicotina. Para superar essa fase, existem algumas recomendações feitas pelos próprios psicólogos, que podem distrair a atenção do fumante, como apresentado na tabela abaixo:
Dicas para deixar de fumar |
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Existem inúmeros tratamentos para o fumante deixar de vez os cigarros. Entre eles, podemos destacar os tratamentos naturais e os tratamentos com medicamentos:
Existem diversas terapias alternativas que podem ajudar o fumante a abandonar o vício. Vale lembrar, no entanto, que muitos deles não apresentam eficácia comprovada, o que leva o fumante a não dispensar o acompanhamento médico e psicológico. Entre esses tratamentos alternativos, podemos destacar:
Um dos tratamentos médicos que vem apresentando excelente eficácia contra a dependência de nicotina é o tratamento com adesivos transdérmicos, gomas de mascar, inaladores, sprays e pastilhas.
Esses produtos fazem parte da denominada terapia de reposição de nicotina, ou, em termos médicos, TRN. Os medicamentos liberam pequenas quantidades de nicotina no organismo, impedindo que o paciente apresente os sintomas de abstinência, podendo deixar de fumar aos poucos.
Conforme o paciente vai sendo tratado, a quantidade de nicotina liberada é reduzida, até que o organismo não sinta mais falta da substância. A terapia de reposição de nicotina pode durar entre 2 a 4 meses, podendo ser estendido por prazo maior, dependendo do grau de dependência.
Alguns medicamentos usados nesse método podem ser comprados até mesmo sem necessidade de prescrição médica, como chicletes e adesivos. No entanto, sempre é importante contar com acompanhamento médico para que o objetivo seja alcançado.
Um dos medicamentos desenvolvidos especificamente para o tratamento da dependência de nicotina é a vareniclina, princípio ativo presente no Champix.
A vareniclina é uma substância que age diretamente nos receptores cerebrais responsáveis pela assimilação da nicotina, reduzindo a vontade e a necessidade de fumar.
A grande vantagem do Champix é que o medicamento continua sua ação sobre o cérebro, mesmo quando o paciente passa por uma recaída. Se o fumante em tratamento acender um cigarro, não irá sentir o mesmo prazer e essa condição facilita o processo de cura da dependência.
O tratamento com Champix começa com uma dose de 0,5 mg por dia, aumentando gradativamente até chegar a 1 mg diário, podendo ser feito em um prazo médio de 4 meses. O medicamento, no entanto, pode causar alguns efeitos colaterais, como vômitos e náuseas, alteração dos hábitos de sono e sonhos mais realistas.
Como se trata de um medicamento de prescrição, é importante passar por uma consulta médica, informando ao profissional de saúde todos os dados necessários, principalmente quando o fumante possui algum transtorno mental ou usa medicamentos especiais.
Um dos maiores benefícios de abandonar o vício de fumar é a redução de riscos de desenvolvimento de um grande número de doenças graves, que podem, inclusive, ser fatais.
Uma pessoa que fuma até 10 cigarros por dia apresenta mais de 80% de chances de morrer antes dos 60 anos, vítima de câncer de pulmão ou de outras doenças, conforme dados do NCI – Instituto do Câncer dos Estados Unidos.
O CDC – Centro para Controle e Prevenção de Doenças, dos Estados Unidos, órgão vinculado ao governo federal daquele país, desenvolveu uma tabela sobre os benefícios de deixar o tabaco, que começam apenas 20 minutos depois do último cigarro:
20 minutos | Normalização da pressão arterial |
2 horas | Eliminação dos resquícios de nicotina da corrente sanguínea |
8 horas | Normalização dos níveis de oxigênio na corrente sanguínea |
2 dias | Melhora do olfato |
3 semanas | Recuperação da capacidade funcional do coração |
2 anos | Queda de 50% no risco de infarto e AVC |
10 anos | Queda de 80% no risco de câncer do pulmão |
20 anos | Recuperação total do organismo |
Deixar de fumar, além disso, oferece significativas melhorias na qualidade de vida do fumante, como, entre outras:
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