O que fazer durante uma crise de asma

As crises asmáticas ocorrem quando o paciente entra em contacto com um fator desencadeador, que provoca inflamação nos pulmões e desencadeia sintomas.

Isto provoca dificuldades de respiração e sintomas de crise de asma.

Desencadeadores de crises de asma

Alguns estímulos podem desencadear hiperreatividade no sistema imunitário e ser um fator de risco para os ataques de asma.

Os desencadeadores da asma são diferentes para toda a gente, mas os mais comuns são:

• alergias (ex.: pólen, pó ou pelo de animais)
• poluição aérea
• alterações meteorológicas repentinas
• fumo de cigarro
• exercício
• gripes e constipações

No que diz respeito ao tratamento e prevenção da asma, é importante que conheça aquilo que desencadeia os sintomas da doença em si.

Veja abaixo alguns dos primeiros sinais e sintomas de uma crise de asma eminente:

• os sintomas estão-se a agravar (ex.: a tosse, a pieira e a falta de ar estão a piorar e sente um aperto no peito)
• o inalador para alívio não está a combater os sintomas
• tem falta de ar quando fala, come ou dorme

Os sintomas podem não aparecer repentinamente. Em alguns casos, antes da crise ocorrer, podem passar algumas horas ou dias.

Quando devo procurar ajuda médica?

Deve chamar os serviços de emergência se o inalador para alívio não melhorar os seus sintomas ou se sentir que os sintomas se estão a agravar.

As crises de asma podem ser fatais, portanto é importante agir rapidamente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2019, a nível mundial, morreram mais de 450 000 pessoas por causa da doença.

Se pensa que está a ter uma crise de asma, siga os passos seguintes:

Como controlar uma crise de asma
1		Sente-se direito(a) e mantenha-se calmo(a).
2		Use o inalador de alívio a cada 30 a 60 segundos. Inale até 10 vezes.
3		Chame os serviços de emergência e repita o 2.º passo, se não se sentir melhor.
4		Repita o 2.º passo se a ambulância não tiver chegado depois de 10 minutos.
5		Chame a ambulância novamente se não melhorar depois de repetir o 2.º passo.

Se for para o hospital, deve levar consigo os detalhes dos seus medicamentos ou uma cópia do seu plano de ação.

Estes conselhos não são indicados para si se o seu regime terapêutico for o “SMART” ou o “MART” (terapia simples de manutenção e alívio). Consulte o seu médico sobre o que deve fazer numa emergência se esse for um dos seus tratamentos.

Deve ter sempre o inalador consigo, ainda assim, sabemos que os esquecimentos ocorrem.

Se tiver uma crise de asma e não tiver inalador, deve:

1. Sair do ambiente onde se encontra - se algo no ambiente tiver desencadeado a asma e puder fazê-lo.
2. Sentar-se direito(a) - para que as vias respiratórias fiquem desimpedidas e para melhorar a respiração.
3. Inspire devagar e a fundo - para controlar os sintomas.
4. Permaneça calmo(a) - o pânico pode agravar os sintomas. Feche os olhos e visualize um local sereno, enquanto respira, para reduzir a ansiedade.
5. Chame os serviços de emergência - se as medidas que tomou não ajudarem, chame o 112 para obter tratamento urgente.

Clique acima para saber o que fazer durante uma crise de asma, quando não tem um inalador.

Depois de uma crise de asma, deve marcar uma consulta com o seu médico o mais rápido possível. Não só para reduzir as probabilidades de sofrer outra crise, mas também para que o médico o(a) ajude a recuperar.

Por norma, deve marcar uma consulta de urgência no mesmo dia se tiver tido uma crise de asma em casa. Se tiver ido para o hospital ou tiver usado esteroides de emergência, deve marcar uma consulta urgente no espaço de dois dias.

O seu plano de tratamento poderá ter de ser adaptado, se não estiver a proporcionar o controlo necessário para o seu caso. O médico poderá também receitar um curso curto de esteroides para reduzir o inchaço e inflamação depois de uma crise de asma.

O seu plano para a asma será revisto e atualizado, conforme aquilo que tiver mudado na sua situação.

As crises de asma só se manifestam em pessoas que sofrem da doença. Se pensa que está a ter um ataque de asma, mas ainda não tiver sido diagnosticado(a) com a condição, consulte o seu médico.

Contudo, algumas doenças manifestam sintomas semelhantes aos da asma.

Ataques de pânico

Os ataques de pânico são um sintoma de certos transtornos de ansiedade. São uma reação exagerada do organismo ao medo.

Estes ataques podem provocar dores no peito ou dificuldades de respiração, bem como:

• papitações
• taquicardia (aumento da frequência cardíaca)
• diaforese (transpiração excessiva)
• tonturas
• náuseas

Os sintomas físicos podem surgir muito rápido. Se pensa que está a ter um ataque de pânico, deve focar-se na sua respiração. Algumas pessoas focam-se nos seus sentidos (ex.: mastigar pastilha elástica ou abraçar uma almofada) para tentar mitigar a situação.

Se sofre com ataques de pânico frequentemente, deve consultar o seu médico para conhecer os tratamentos disponíveis ou para obter apoio psicológico.

Refluxo gastroesofágico

Uma causa comum, mas menos séria, para os sintomas de asma é refluxo gastroesofágico.

Esta doença é provocada por ácido do estômago que reflui para o esófago, provocando azia; uma sensação de azedume no estômago, que também pode provocar aperto no peito e tosse.

É comum o refluxo gastroesofágico desaparecer por si mesmo ou com mudanças no estilo de vida. Se os seus sintomas forem frequentes, poderá ter de procurar tratamento.

Doenças pulmonares

Se não tem asma, é possível que os problemas de respiração sejam causados por outra condição pulmonar.

• infeção no peito - infeção viral ou bacteriana que provoca tosse congestionada, pieira, dores no peito e sintomas de gripe (ex.: febre e dores nos músculos).
• doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) - um grupo de doenças pulmonares que provocam falta de ar, tosse persistente, infeções no peito e pieira.
• bronquiectasia - doença crónica que provoca tosse persistente e falta de ar provocada por danos nas vias respiratórias.
• cancro do pulmão - provoca tosse persistente, expetoração raiada de sangue, falta de ar constante, dor ao tossir, cansaço inexplicável e perda de peso.

Se reparar que tem tosse que não desaparece, deve consultar o seu médico. Por norma, a tosse não será grave, mas os sintomas devem ser monitorizados.

Doenças de coração

Os problemas de coração são outra possível razão para apertos no peito e falta de ar.

Uma possibilidade é insuficiência congestiva cardíaca, uma doença crónica ou aguda caracterizada pela incapacidade do músculo cardíaco manter a circulação no organismo, levando a uma acumulação de sangue nas veias e de líquido nos tecidos. Estes podem acumular-se nos pulmões causando edema pulmonar.

Outra possibilidade é doença coronária, uma condição na qual uma substância gordurosa, chamada colesterol, se acumula nas artérias e limita o fluxo de sangue para o coração, podendo causar problemas de respiração, dores no peito (angina), dores e náusea.

Uma possibilidade mais grave é enfarte, que é quando o fluxo sanguíneo não consegue passar para o coração por causa de um bloqueio. Os sintomas são:

• dores, pressão ou peso no peito
• dor que passa para o braço, maxilar, pescoço ou estômago
• tonturas
• suores
• náuseas e vómitos
• ansiedade
• tosse ou pieira

Às vezes, a dor no peito é ligeira e pode ser confundida com indigestão. Se pensa que está a ter um ataque de coração, deve ligar para os serviços de emergência o mais rápido possível.

A melhor forma de prevenir uma crise é tomando os tratamentos para a asma corretamente. É por isso importante que tenha sempre consigo o seu inalador de prevenção.

Os desencadeadores da asma devem também ser evitados. Por exemplo, se souber que o tempo frio provoca sintomas, deve agasalhar-se bem.

O seu médico poderá sugerir a criação de um plano de ação para controlar a condição. Este plano terá todos os pormenores sobre os medicamentos que toma, os desencadeadores e o plano de ação no caso de sofrer com uma crise de asma.